Advogados, amigos e familiares falam sobre o legado do advogado Dr. Marcus Antônio Luiz da Silva (o Marcão)
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- Publicado em 12/07/2019
A sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção de Brusque, que há 40 anos atua no município e região em prol da advocacia e da ordem jurídica do Estado Democrático, foi o palco da despedida do advogado, ex-presidente da Subseção e ex-presidente da CAASC, Dr. Marcus Antônio Luiz da Silva, o ‘Marcão’, que faleceu na madrugada do dia 27 de junho, após lutar bravamente contra um câncer.
O advogado, que presidiu a Subseção de Brusque, sua cidade natal, nas gestões, 1991-1993 e 1993-1995, ocupou a presidência da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina na gestão 2016-2018, humanizando o setor e desenvolvendo projetos relevantes em prol da advocacia catarinense.
Também ocupou diversos cargos de liderança na OAB/SC, onde foi Conselheiro Estadual, Conselheiro Federal por Santa Catarina, chegando ao cargo de vice-presidente da instituição entre 2013 e 2015, mesmo período em que presidiu a Comissão Estadual da Verdade da OAB/SC.
Filho do também advogado, o saudoso Dr. Antônio Luiz da Silva, o primeiro presidente da OAB Brusque, criada em 1978, Marcão tinha um grande carinho e respeito pela entidade. Durante a celebração dos 40 anos da Subseção, enalteceu a importância da OAB de Brusque e sua relação com a mesma. “Participo da entidade que é parte significativa da minha vida e me emociono ao lembrar-me da figura do meu pai, que foi o primeiro presidente da Subseção. Um advogado humilde, extremamente estudioso, ético e comprometido com o valor da justiça. Ele, ao lado de outros colegas, teve a sensibilidade de criar e estabelecer esta Subseção que, quatro décadas depois, é exemplo para a advocacia de Santa Catarina”, enalteceu Marcão, na oportunidade.
Legado
Em sua despedida na sede da OAB, familiares, amigos e colegas de Brusque e de diversas cidades de Santa Catarina lembraram com admiração e carinho o legado deixado pelo advogado brusquense, que ao longo de sua carreira profissional tornou-se referência.
Para o presidente da OAB de Brusque, Renato Munhoz, a ausência de Marcão será amplamente sentida pela advocacia e sociedade, brusquense e catarinense, já que a própria história de vida do advogado se confunde com a história da entidade. “Para nós ele deixa um abismo sem precedentes, como advogado que era, por ser combativo e por idealizar a busca da justiça. Incansavelmente, em toda a sua caminhada de vida, ele perseguiu o senso de justiça em todos os seus atos. Foi um ser humano de bondade e humildade ímpares. Uma das pessoas mais ricas em lealdade, humanidade, amor, em inteligência, sabedoria, e gratidão às pessoas, em fazer o bem. E o maior legado deixado por ele a toda a sociedade é o de que se faz necessário construirmos um mundo melhor do que aquele que encontramos. É impossível definirmos o Marcão em apenas algumas frases, pois as lições de vida que ele nos transmitiu sempre foram muito maiores do que qualquer fala. O exemplo dele foi, é e será muito maior e sem dúvida será muito difícil para nós seguirmos sem a presença cotidiana dele”, declarou emocionado.
Também abalado, o advogado e ex-vice-presidente da OAB/SC, Dr. Luiz Mário Bratti, ressaltou o papel de Marcão como amigo pessoal e principalmente como advogado, na defesa dos valores humanos e éticos da profissão. “Tenho 12 irmãos de sangue e considero o Marcão meu 13º irmão. Nos conhecemos há mais de 30 anos e desde o primeiro momento nos identificamos, até pelos ideais que ele tinha que eram semelhantes aos meus. Ele exerceu praticamente todos os cargos dentro da OAB/SC, apenas não foi presidente, que era o que ele mais sonhava. Ele foi um dos advogados mais brilhantes que Santa Catarina teve, e mais humano também. Um profissional extremamente competente e brilhante, ao mesmo tempo que se dedicava às causas dos menos favorecidos. Como pessoa, ele era um ser humano extraordinário, que deixa um vazio enorme no meu coração. Acredito que não exista mais ninguém como ele. Perco um irmão”, detalhou.
Dr. Luciano Demaria, ex-vice-presidente da CAASC na gestão do Dr. Marcus, de 2016-2018, também esteve presente na despedida do amigo e ressaltou que o legado deixado por ele será de caráter e bondade. “Ele acreditava e ajudava a todos, mesmo passando por situações difíceis. Ele tinha uma alma ímpar, era um amigo de todas as horas, pai, esposo, conselheiro de todos, enfim, uma pessoa rara de encontrarmos. Perde Brusque, perde Santa Catarina, perdem os amigos e a família. Mas também fica o legado de alegria, das histórias que ele nos contava, sempre com bom humor, aliadas às boas lembranças”, relembrou.
Ausência
Outros amigos e colegas de profissão também enalteceram a figura ímpar do advogado brusquense, como o Dr. Leandro Rachabel, presidente da Subseção de Palhoça. “O maior legado deixado pelo Marcão foi a amizade e o poder de conquistar as pessoas para o bem, para que junto com ele pudessem sempre agir para o bem. Ele tinha um coração muito generoso, sabia perdoar as pessoas e é isso que fica para todos nós: a necessidade de cultivar e manter a amizade”.
Dr. Luiz Roberto Athayd Furtado, advogado e amigo há mais de 40 anos de Marcão, antes da advocacia, também o citou como uma grande referência, por sua sabedoria, integridade e inteligência. “São muitos legados que o Marcão deixa: afinco, amor, ética, seriedade, labuta, amizade, interação, sempre buscando a aplicação da justiça em seu sentido amplo, inclusive dentro da própria OAB/SC, e em todos os quadrantes do Estado. A advocacia catarinense e brasileira perdeu um dos grandes advogados e uma pessoa ímpar, incentivadora da advocacia”.
“O Marcus era um grande amigo, que sempre deixava as coisas particulares de lado para atender os amigos. Sem contar na parte profissional, na qual ele era uma grande referência, pois não entendia apenas das leis, mas também dos princípios do Direito. Então, quando tínhamos alguma dúvida, consultávamos ele, por ser um grande amigo e uma pessoa muito inteligente. Ele era extremamente comprometido com a OAB, uma pessoa muito solidária e humana”, acrescentou também Dr. Jonas Antonio Werner, amigo e ex-presidente da OAB de Brusque.
Dr. Cambises José Martins, também ex-presidente da OAB de Brusque relembrou a sua relação com a família de Marcão: ele foi o primeiro presidente da Subseção, após a gestão de Dr. Antônio Luiz da Silva, e foi sucedido pelo próprio Marcão, que assumiu a gestão posterior a sua. “Fui muito amigo do Dr. Antônio e iniciei meu estágio de advocacia no escritório dele. Tive a sorte de sucedê-lo, e posteriormente veio o Marcão, no qual também dei meu apoio, na presidência da entidade. Sem dúvida estamos muito sensibilizados com essa perda e acredito que a grande contribuição que o Dr. Marcus nos deixou foi a união entre os advogados, a honestidade, que ele sempre primou e da qual sempre foi reconhecido por isso. Era um homem brilhante na advocacia e serviços jurídicos. Sem dúvida já está fazendo falta para a advocacia brusquense e catarinense”, pontuou.
Da mesma forma, Dr. João José Martins, advogado e amigo de Marcão ressaltou o impacto que sua ausência terá a partir de agora. “Brusque ainda não dimensionou ‘o tamanho’ que o Marcão tinha no Estado de Santa Catarina. Ele é a referência moral da OAB entre os advogados. Uma pessoa extremamente ética, bondosa, de uma sensibilidade ímpar. Sem dúvida a advocacia catarinense ficou menor e perdeu essa referência. Ele sempre teve uma postura ética gigante, uma bondade extrema e uma personalidade muito forte. A advocacia catarinense perde muito”, considerou.
A secretária da OAB de Brusque no Fórum, Márcia Borgonovo, também lembrou com carinho o convívio com o advogado, que sempre demonstrou muito respeito e atenção aos colaboradores da entidade. “Conheço Dr. Marcão desde que entrei no Fórum de Brusque, em 1986. Desde lá ele sempre foi uma pessoa humana com todos. Em 2007 passei a atuar na OAB do Fórum e ele sempre nos tratou muito bem, sempre que precisávamos de alguma coisa, ele estava à disposição. Ele fará uma grande falta, até por essa valorização que havia por parte dele a outros profissionais”, ressaltou.
Dr. Marcus Antônio Luiz da Silva deixa enlutados a esposa Helena, o filho Antônio, a mãe, dona Irian, além de três irmãos e uma grande quantidade de amigos e colegas.
(*Informações complementares: CAASC).